Sigo e não olho pra trás.
Sei para onde vou, mas às vezes me falha a memória e eu vago, vago, vago...
Saio pelo quarto, ando pela sala, saio na rua e olhos as árvores, costumo ler placas de carros também. Vago...
Ando por todo canto, às vezes nem saio do canto, ando, simplesmente ando. Você não sabe onde eu ando, ando tanto que me perco também. Eu não olho para trás; quantas vezes já olhei... Já olhei. Acho que não posso dizer que NÃO olho para trás, olho quando sei que vai me dar saudade.
Quando quero voltar...Ah, quando eu quero voltar tento procurar no chão marcas de lágrimas saudosas. Quase nunca encontro, posso dizer que nunca encontro.
Volto por outras ruas, por outros caminhos e acabo por marcar com lágrimas esse lugares também. Demoro a sentir saudade, como demoro, mas sou humana, eu penso em morrer de saudade e penso em morrer quando preciso assumir essa saudade.
Onde minha estrada termina nem mesmo eu sei, mas talvez seja junto com os potes de ouro no final do arco-íris, ou até mesmo na porta da casa de alguém, ou numa cama, ou nos jornais, ou falando para as pessoas me escutarem. Se minha estrada terminar no meio do oceano, ou no meio da mata, ou no meio do mundo. No meio do mundo. Vou estar feliz.
Quando dizem para não olhar, olhe, olhe sempre. Dê a sua última olhada, garanto que marcas de lágrimas no chão não levam de voltam. Se nem as migalhas de pão do João e da Maria deram certo, imagine suas lágrimas no chão. Derrame-as no ombro de alguém, derrame-as em outro canto, mas grave bem a sua última imagem.
Não vá embora sem se despedir. São tristes, mas se seus não lhe levar de volta, as últimas palavras, a última olhada. Isso vale pra sempre. Olhe para trás para coisas que valham a pena unicamente pra você. Pra você.
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Um comentário:
Nunca olhei pq nunca tive algo que valesse a pena virar e olhar.
Mas vou acatar o conselho.
Beijo! =*
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